domingo, 30 de noviembre de 2014

São Cirilo de Jerusalém – As duas vindas de Cristo

São Cirilo de Jerusalém
315-386 A.D.
Bispo e Doutor da Igreja


Catequese XV
A Segunda Vinda de Cristo[1]

«Os dois adventos de Cristo
1. Anunciamos o advento de Cristo. Não, porém, um só, mas também o segundo, muito mais glorioso que o primeiro. Aquele revestiu um aspecto de sofrimento; este trará consigo o diadema do reino divino.
Sucede que quase todas as coisas são duplas em Nosso Senhor Jesus Cristo. Duplo é seu nascimento: um, de Deus, desde toda a eternidade; outro, da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla também é a sua descida: a primeira, na obscuridade e silenciosamente, como a chuva sobre a relva (Sal 72,6); a outra, no esplendor da sua glória, que se realizará no futuro.
No seu primeiro advento, foi envolvido em faixas e deitado num presépio (Lc 2,7); no segundo, será revestido com um manto de luz (cf. Sal 104,2a). No primeiro suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia (Hebr 12,2); no segundo, aparecerá glorioso, escoltado pela multidão dos Anjos (cf. Mt 25,31).
Não nos detemos, portanto, a meditar só no primeiro advento, mas vivemos na esperança do segundo. Assim como aclamamos no primeiro: Bendito o que vem em nome do Senhor (Mt 21,9), exclamaremos também no segundo (cf. Mt 23,39), saindo ao encontro do Senhor juntamente com os Anjos, em atitude de adoração: Bendito o que vem em nome do Senhor.
Virá o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que O julgaram. Ele que, ao ser julgado, guardou silêncio (Mt 27,12), lembrará as atrocidades dos malfeitores, que O levaram ao suplício da cruz, e lhes dirá: Tudo isto fizestes e Eu calei-me (Sal 50,21).
Naquele tempo veio para cumprir o desígnio de amor misericordioso, ensinando e persuadindo os homens com suavidade; no fim dos tempos, queiram ou não, todos se hão-de submeter ao seu reinado.
2. De ambos os adventos fala o profeta Malaquias: Depressa virá ao seu templo o Senhor a quem buscais (Mal 3,1). Isto quanto ao primeiro advento.
A respeito do segundo diz assim: E o Anjo da aliança por quem suspirais. Eis que vem o Senhor Omnipotente. Quem poderá suportar o dia da sua vinda? Quem poderá resistir quando Ele aparecer? Porque Ele virá como o fogo do fundidor, como a barrela dos lavandeiros. E sentar-se-á para fundir e purificar (Mal 3,1-3). [...]
Escrevendo a Tito, também Paulo se refere aos dois adventos com estas palavras: Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens, ensinando-nos a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, e a viver no mundo presente com toda a sobriedade, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo (Tit 2,11-13). Vê como falou do primeiro advento, pelo qual dá graças a Deus, e do segundo, que esperamos.
Por esse motivo, afirmamos na nossa profissão de fé, tal como a recebemos por tradição, que acreditamos n’Aquele que subiu aos Céus e está sentado à direita do Pai e que há-de vir em sua glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.
3. Virá, portanto, do alto dos Céus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Virá no fim deste mundo, em sua glória, no último dia. Será então o fim deste mundo criado e o início de um mundo novo.»





[1] Cat. 15, 1-3: PG 33, 870-874
Oficio de Leitura, Domingo I de Advento (segunda leitura)



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