Catecismo
da Igreja Católica
Promulgado em 1992
pelo Papa São João Paulo II
A
última prova da Igreja (Nos 675-677)
675. Antes da vinda de Cristo, a
Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes[1].
A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra[2],
porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura
religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à
custa da apostasía da verdade. A suprema impostura religiosa é a do Anticristo,
isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo,
substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado[3].
676. Esta impostura anticrística
já se esboça no mundo, sempre que se pretende realizar na história a esperança
messiânica, que não pode consumar-se senão para além dela, através do juízo
escatológico. A Igreja rejeitou esta falsificação do Reino futuro, mesmo na sua
forma mitigada, sob o nome de milenarismo[4],
e principalmente sob a forma política dum messianismo secularizado, «intrinsecamente
perverso»[5].
677. A Igreja não entrará na
glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o Senhor na
sua morte e ressurreição[6].
O Reino não se consumará, pois, por um triunfo histórico da Igreja[7]
segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o último
desencadear do mal[8], que fará descer
do céu a sua Esposa[9]. O triunfo
de Deus sobre a revolta do mal tomará a forma de Juízo final[10],
após o último abalo cósmico deste mundo passageiro[11].
[5] Cf. Pio XI, Enc. Divini Redemtptoris
(19 de Março de 1937): AAS 29 (1937) 65-106, condenando o «falso
misticismo» desta «simulação da redenção dos humildes» (p. 69); II
Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 20-21: AAS 58 (1966)
1040-1042.
No hay comentarios:
Publicar un comentario