jueves, 28 de enero de 2016

Pp. São Pio X sobre o tempo presente (1903 a.D.): a Apostasía, o Anticristo, a Vitória de Deus.



Papa São Pio X    
(1903-1914)


Encíclica E Supremis, 1903 a.D.







A Apostasía, O Anticristo, A Vitória de Deus


«Além disto, e para passar em silêncio muitas outras razões, Nós experimentávamos uma espécie de terror em considerar as condições funestas da humanidade na hora presente. Quem não vê que a sociedade está, no tempo presente muito mais que no passado, a sofrer de uma terrível e profunda doença que, agravando-se dia a dia, a corrói até ao mais profundo do seu ser e a arrasta à destruição? Essa doença, Veneráveis Irmãos, vós a conheceis, e é o abandono e a apostasía para com Deus; e, sem dúvida, nada há que leve mais seguramente à ruína, conforme a palavra do profeta: Eis que os que se afastam de vós perecerão (Sl 72,27)». (nº 3)

«Sobejamente verdadeiro é que as nações se sublevaram e os povos meditaram projectos insensatos (Sl 2,1) contra o seu Criador; e frequente se tornou este grito dos seus inimigos: Retirai-Vos de nós (Job 21,14). Daí, na maioria, uma rejeição completa de todo o respeito de Deus. Daí hábitos de vida, tanto privada como pública, em que nenhuma conta se faz da soberania de Deus. Bem mais, não há esforço nem artifício que não se ponha por obra para abolir inteiramente a lembrança d’Ele, e até a sua noção». (nº 4)

«Quando tudo isto é considerado, existe uma boa razão para temer que esta grande perversidade possa ser um preanuncio, e talvez o começo dos males que estão reservados para os últimos dias; e que habite já nesta terra o “Filho da Perdição” de quem o Apóstolo fala (2 Tess 2,3). Em verdade, tamanha é a audácia e tamanha a sanha com que por toda parte se lança o ataque à religião, com que se investe contra os dogmas da fé, com que se tende obstinadamente a aniquilar toda a relação do homem com a Divindade! Por outro lado, e de acordo como o mesmo Apóstolo, segundo o carácter próprio do Anticristo, o homem, com uma temeridade sem nome, usurpou o lugar do Criador, elevando-se acima de tudo o que traz o nome de Deus. E isso a tal ponto que, impotente para extinguir em si completamente a noção de Deus, ele rejeita o jugo da Sua majestade, e dedica a si mesmo o mundo visível como se fosse um templo onde pretende receber as adorações dos seus semelhantes. Senta-se no templo de Deus, onde se mostra como se fosse o próprio Deus (2 Tess 2,2)». (nº5)



«Qual venha a ser o desfecho deste combate travado pelos mortais contra Deus, nenhum espírito sensato pode pô-lo em dúvida. Certamente, ao homem que abusa da própria liberdade é concedido violar o direito e a autoridade do Criador do universo. Mas ao Criador fica sempre a vitória. E ainda não é dizer o bastante: a ruína paira mais de perto sobre o homem quando mais audacioso ele se ergue na esperança do triunfo. É o de que o próprio Deus nos adverte nas Sagradas Escrituras. Dizem elas que Ele fecha os olhos sobre os pecados dos homens (Sab 11,24), como que esquecido do seu poder e da sua majestade; mas em breve, após essa aparência de recuo, acordando como um homem cuja força a embriaguez aumentou (Sl 77,65), Ele quebrará a cabeça dos seus inimigos (Sl 67,22), a fim de que todos saibam que Deus é o Rei de toda a terra (Sl 46,8), e de que os povos compreendam que não passam de homens (Sl 9,20)». (nº6)








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