Fulton J. Sheen - Os Sinais dos Tempos, a Grande Apostasia, o Anticristo, a Crise e Perseguição da Igreja, o Castigo.

 

Venerável Fulton J. Sheen, 

Bispo

1895-1979

 

Decretado venerável pelo Pp. Bento XVI, 28 de Junho de 2012

 

 

 

 

Sermão “Sinais dos nossos tempos” da serie “Acendei as vossas lâmpadas”.

Transmitido no dia 26 de Janeiro de 1947.

 

 

 

Os Sinais dos Tempos, a Grande Apostasia, o Anticristo,

a crise e perseguição da Igreja, o Castigo.

 

 

 

Queridos amigos, Deus ama-vos!

Quero que estas sejas as minhas primeiras palavras de saudação para vós, e serão também as palavras que concluirão cada transmissão. “Deus ama-vos” significa que Deus é amor. Deus ama-vos e, em resposta, vós deveis amar Deus.

 

 

[Os Sinais dos Nossos Tempos]

 

Porque é que tão poucos são conscientes da gravidade da presente crise?

Em parte porque os homens não querem acreditar que os seus tempos são malvados; em parte porque isso implica muita acusação própria, e principalmente porque os homens não tem standards fora deles mesmos com que medir os tempos. Só aqueles que vivem pela Fé, sabem realmente o que se passa no mundo. Bem pode o Nosso Salvador dizer-nos o que Ele disse aos saduceus e fariseus do Seu tempo: «Chegada a tarde, dizeis: “Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado”; e, pela manhã: “Haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio”. Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?».

 

 

[A Grande Apostasia]

 

Conhecemos nós os sinais dos nossos tempos?

Eles apontam para duas verdades incontornáveis, a primeira das quais é que chegámos ao fim do capítulo pós-renascentista da Historia, que fez do homem a medida de todas as coisas.

Três dogmas básicos do mundo moderno dissolvem-se diante dos nossos olhos. Em primeiro lugar, estamos a testemunhar a desaparição do homem económico, ou da premissa de que o homem, que é um animal altamente desenvolvido, não tem outra função na vida que produzir e adquirir riqueza, e depois, tal como o gado nas pastagens, completar os seus anos e morrer.

Em segundo lugar, estamos a testemunhar o desaparecimento da ideia da bondade natural do homem, o qual não tem necessidade de Deus para conceder-lhe direitos, nem de um Redentor para resgatá-lo da culpa, porque graças à ciência, à educação, à evolução, o progresso é automático, e um dia fará o homem uma espécie de deus.

Estamos a testemunhar também o desaparecimento do racionalismo, ou da ideia de que o propósito da razão humana não è descobrir o sentido e qual o fim da vida, concretamente a salvação da alma, mas engendrar novos avances técnicos para construir nesta terra a cidade do homem, substituindo a cidade de Deus.

Pode muito bem ser que o liberalismo histórico da nossa geração moderna seja só um período transicional na Historia, entre uma civilização que um dia foi cristã, e uma que definitivamente será anti-cristã.

A segunda grande verdade à qual nos dirigem os sinais dos tempos é que estamos definitivamente no fim de uma era não-religiosa da civilização, e por não-religiosa quero dizer uma era que olhava para a religião como um simples suplemento para a vida, um extra piedoso, um construtor moral para o individuo, mas sem relevância social, onde Deus não é mais que um parceiro silencioso cujo nome foi usado pela firma para conferir-lhe respeitabilidade, mas que não tem nada a dizer sobre como o negócio deve ser dirigido.

A nova era na qual estamos a entrar é o que pode ser chamado de “a fase religiosa da historia da humanidade”. Não me interpretem mal; com “religiosa” não queremos dizer que os homens voltarão para Deus, mas antes que a indiferença para com o absoluto que caracterizou a fase liberal da civilização será sucedida por uma paixão pelo absoluto.

De agora em diante, a luta não será pelas colónias e pelos direitos nacionais, mas pelas almas dos homens. As linhas da batalha estão a ser claramente delineadas, os problemas fundamentais já não estão mais em dúvida. De agora em diante, os homens dividir-se-ão em duas religiões entendidas como entrega a um absoluto. O conflito do futuro é entre um absoluto que é Deus-Homem e outro absoluto que é homem-deus; entre Deus que se fez homem e o homem que se faz a si mesmo deus; entre irmãos em Cristo e camaradas no Anticristo.

 

 

[O Anticristo]

 

Mas o Anticristo não será assim chamado, pois de esse modo ele não teria seguidores. Ele não vestirá collants vermelhos, não vomitará enxofre, nem levará consigo uma lança, nem abanará uma cauda pontiaguda como o Mefistófeles de Fausto. Em nenhum lugar na Sagrada Escritura encontramos material que justifique o mito popular que vê o Demónio como um palhaço que se veste como o primeiro “encarnado”. Mais bem, ele é descrito como um anjo caído, como “o Príncipe deste mundo” cuja missão é dizer-nos que não há outro mundo. A sua lógica é simples: se não há Céu, então não há inferno; se não há inferno, não há pecado; se não há pecado, não há juiz; se não há juiz, não há julgamento; e se não há julgamento, o mal é bem, e o bem é mal.

Mas mais além de todas estas descrições, Nosso Senhor diz-nos que ele [o Anticristo] será tão parecido com Ele, que enganará até os eleitos, e, certamente, nenhum dos demónios que vimos nos livros poderia enganar os eleitos.

Como virá ele nesta nova idade para ganhar seguidores para a sua religião?

-      Ele virá disfarçado como o Grande Humanista;

-      ele falará de paz, prosperidade e abundância, não como meios para conduzir-nos a Deus, mas como fins em si mesmos;

-      ele escreverá livros sobre a nova ideia de Deus de modo a acomodar-se com os modos de viver das pessoas; induzirá à fé na astrologia de modo a que sejam as estrelas as responsáveis pelos nossos pecados e não a nossa vontade;

-      ele livrar-se-á da categoria de culpa explicando-a por meio da psicologia, como sexualidade reprimida, e fará os homens encolher de vergonha se os seus próximos lhes acusarem de não ter uma mente aberta e liberal;

-      ele identificará tolerância com indiferença para com o que está certo e errado;

-      ele promoverá mais divórcios sob o disfarce de que o outro parceiro é “vital”;

-      ele aumentará o amor pelo amor, e diminuirá o amor pela pessoa;

-      ele invocará a religião para destruir a religião;

-      ele até falará de Cristo e dirá que Ele foi o maior homem que já viveu; a missão de Cristo, ele dirá, é libertar o homem da escravidão da superstição e do fascismo, coisa que ele nunca definirá.

Mas no meio de todo o seu aparente amor pela humanidade e lisonjeiras palavras sobre a liberdade e igualdade, ele guardará um grande segredo que não contará a ninguém: ele não acreditará em Deus. E porque a sua religião será a fraternidade sem a paternidade de Deus, ele enganará até os eleitos. Ele preparará uma contra-igreja que será o macaco da Igreja, porque ele, o Demónio, é o macaco de Deus. Será o corpo místico do Anticristo, que se assemelhará na sua exterioridade à Igreja como o Corpo Místico de Cristo.

Numa desesperada necessidade de Deus, ele conduzirá o homem moderno na sua solidão e frustração a desejar mais e mais a afiliação à sua comunidade, que dará ao homem um engrandecimento de propósito sem nenhuma necessidade de emenda pessoal e sem a admissão da culpa pessoal.

 

 

[Perseguição da Igreja]

 

Estes são dias nos que foi dada ao Demónio uma corda particularmente longa. Devemos, pois, nunca esquecer que Nosso Senhor disse a Judas e à sua banda: «Esta é a vossa hora». Deus tem o Seu dia, mas o mal tem a sua hora, quando o pastor for ferido e as ovelhas dispersas.

Fez a Igreja preparações para semelhante hora negra no decreto do Santo Padre onde vêm delineadas as condições nas quais uma eleição papal pode agora ter lugar fora da cidade de Roma? Os homens que sabem historia viram estes dias negros chegar. Tão longe como 1842, há 105 anos, Heine, o poeta alemão, escreveu: «O Comunismo, ainda que pouco falado agora e permanecendo em camas de palha miseráveis em sótãos ocultos, é o tenebroso herói destinado a um grande, ainda que temporário, papel na tragédia moderna... Tempos selvagens e sombrios rugem-nos, e se o profeta quisesse escrever um novo apocalipse, teria que inventar bestas totalmente novas, bestas tão terríveis que os velhos animais de São João seriam, comparativamente, como pombas dóceis e cupidos. Os deuses cobrem as suas caras com pena dos filhos dos homens, das suas longas tribulações. O futuro cheira a Rússia, sangue, total ausência de Deus, e muitos flagelos. E eu aviso que os nossos netos nascerão com pele muito fina a cobrir as costas». Isto em 1842.

Deveras, bem nos podem avisar. Pela primeira vez na Historia, os nossos tempos testemunharam a perseguição do Antigo Testamento pelos nazis, e a perseguição do Novo Testamento pelos comunistas. Hoje é odiada qualquer pessoa que tenha alguma coisa a ver com Deus, quer a sua vocação fosse anunciar o Seu Divino Filho, Jesus Cristo, como o judeu, ou segui-Lo como o cristão. Porque os sinais dos nossos tempos apontam para uma luta entre absolutos podemos esperar que o futuro seja um tempo de prova por duas razões.   

 

 

[O Castigo]

 

Em primeiro lugar, para travar a desintegração. A impiedade continuaria, sem parar, se não houvessem catástrofes. O que a morte é para um individuo, é a catástrofe para uma civilização malvada: a interrupção da vida, e para a civilização a interrupção da sua impiedade. Porque é que Deus pôs um anjo com uma espada flamejante no Jardim do Paraíso depois da caída, se não para impedir os nossos primeiros pais de entrar outra vez e comer da Árvore da Vida, da qual se comecem, imortalizaria a sua culpa? E Deus não permitirá que a iniquidade dure eternamente. Ele permite revoluções, desintegração e caos, para que sirvam de lembrança que o nosso pensamento estava errado, de que os nossos sonhos eram pecaminosos. A verdade moral é vindicada pela ruína que vem quando aquela foi repudiada. O caos dos nossos tempos é o argumento negativo mais forte que poderia ser proposto pelo cristianismo. A catástrofe revela que o mal é auto derrotado e que nós não podemos afastar-nos de Deus, tal como fizemos, sem nos fazermos mal a nós mesmos.

 

 

[A crise e perseguição da Igreja]

 

A segunda razão pela qual uma crise tem que vir é para poder evitar uma falsa identificação da Igreja com o mundo. Nosso Senhor quis que aqueles que seriam os seus seguidores fossem diferentes em espírito daqueles que o não seriam. Mas esta linha de demarcação tem sido apagada. Em vez de preto e branco, só existe confusão. A mediocridade e o compromisso caracterizam a vida de muitos cristãos. Eles lêem os mesmos livros que os pagãos modernos, educam os seus filhos da mesma maneira ímpia, ouvem os mesmos comentadores que não tem outra medida se não julgar o hoje pelo ontem e o amanha pelo hoje, permitem que práticas pagãs entrem na vida familiar, tal como o divórcio e o recasamento; não faltam os supostos líderes católico-socialistas que recomendam comunistas para os lugares do Congresso, ou escritores católicos que aceitam presidências em organizações de frente comunista para introduzir ideias totalitárias no cinema.

Já não existe o conflito e a oposição que deveria caracterizar-nos. Estamos a influenciar o mundo menos do que o mundo nos influencia a nós. Não existe separação. Nós, que fomos enviados para estabelecer um centro de saúde, apanhamos a doença, e portanto perdemos o poder de curar. E como o ouro está misturado com outros metais, tudo tem que ir à fornaça para que as impurezas sejam consumidas. 

O valor da tribulação será separar-nos. Uma terrível catástrofe tem que vir: para rejeitar-nos, para desprezar-nos, para odiar-nos, para perseguir-nos, e então, então definiremos as nossas lealdades, afirmaremos a nossa fidelidade, e declararemos ao lado de quem estamos. O nosso número diminuirá, mas a nossa qualidade aumentará. Não tememos pela Igreja, mas pelo mundo. Trememos não porque Deus possa ser destronado, mas porque a barbárie possa reinar.

 

 

[Três conselhos práticos]

 

E então três sugestões práticas para estes tempos, sendo que os cristãos sabem que um momento de crise não é tempo de desesperação, mas de oportunidade. Nós nascemos na crise, na derrota: a Crucifixão. E, uma vez que reconheçamos que estamos sob a Ira Divina, tornamo-nos elegíveis para a Misericórdia Divina. As próprias disciplinas de Deus criam esperança: o ladrão à direita chegou a Deus por uma crucifixão.

E em segundo lugar os Católicos devem estimular a sua Fé, pendurar um crucifixo na sua casa, lembrar-lhes que eles tem uma cruz a carregar; reuni a vossa família todas as noites para recitar o Rosário; ide diariamente à Missa; fazei a Hora Santa diariamente em Presença de Nosso Senhor Eucarístico, e particularmente em paróquias onde os pastores são conscientes da necessidade do mundo e por isso organizam eventos de reparação.

E finalmente, Judeus, Protestantes, Católicos, Americanos, todos nós temos de dar-nos conta que o mundo está a convocar-nos para esforços heróicos de espiritualização. Não é uma unidade de religião o que pedimos, pois isso é impossível quando buscado à custa da unidade da verdade, mas uma unidade de pessoas religiosas, onde cada uma caminha separadamente de acordo com a luz da sua consciência, mas luta conjuntamente para uma melhoria moral do mundo.

As forças do mal estão unidas; as forças do bem estão divididas. Podemos não encontrar-nos no mesmo lugar –quisera Deus que sim– mas podemos encontrar-nos estando de joelhos. Podeis ter a certeza que nem compromissos sórdidos, nem as próprias forças poderão levar-vos por diante. Aqueles que tem a Fé farão bem em manter-se em estado de graça, e aqueles que não têm nenhuma das duas, devem esforçar-se por saber o que isso significa, porque no tempo que está para vir só há uma maneira de parar com que os joelhos tremam, e esta será ajoelhar-se e rezar.  

Rezai a Miguel, Miguel, o Príncipe da manhã, que conquistou Lúcifer que queria fazer-se a si mesmo deus. Quando o mundo desabou por um acto de desprezo no Céu, ele levantou-se e arrastou dos sete céus o orgulho que ousava desprezar o Altíssimo.

E rezai, rezai também a Nossa Senhora, e dizei-lhe: «Foi a Vós que foi dado o poder de esmagar a cabeça da serpente que mentiu aos homens dizendo-lhes que seriam como deuses. E que possais Vós, que encontrastes Cristo quando Ele se perdeu durante três dias, encontrá-Lo outra vez para o nosso mundo que O perdeu. Dai à senil incontinência da nossa verborreia o Verbo. E tal como Vós formastes o Verbo no vosso ventre, formai-O nos nosso corações. Senhora do Azul do Céu, neste dias escuros acendei a nossa lâmpada. Dai-nos de novo a Luz do Mundo, para que uma luz possa brilhar nestes tempos de trevas».

 

Deus ama-vos.

 

  

Sermão “Sinais dos nossos tempos” da serie “Acendei as vossas lâmpadas”.

Transmitido no dia 26 de Janeiro de 1947.

 

 

 

Transcrição da transmissão:

 

 

 

Friends, God love you!

I want these to be my first words of greeting to you as they will be the concluding words on each broadcast. “God love you” means God is love; God love you; and you ought to love God in return.

 

 

[The signs of our times]

 

Why is it that so few realize the seriousness of our present crisis?

Partly because men do not want to believe their own times are wicked, partly because it involves too much self-accusation and principally because they have no standards outside of themselves to measure their times. Only those who live by faith really know what is happening in the world. Well may Our Saviour say to us what He said to the Saducees and Pharisees in His time, when they asked for a sign: «When it is evening, you say: “It will be fair weather, for the sky is red”. And in the morning: “There will be a storm, for the sky is red and lowering”. You know then how to discern the face of the sky: can you not know the signs of the times?»

 

 

[The Great Apostasy]

 

Do we know the signs of our times?

They point to two inescapable truths, the first of which is that we have come to the end of the post-renaissance chapter of History, which made man the measure of all things.

The three basic dogmas of the modern world are dissolving before our very eyes. First, we are witnessing the liquidation of the economic man, or the assumption that man who is a highly developed animal has no other function in life than to produce and acquire wealth, and then like the cattle in the pastures, be filled with years and die.

Secondly, we are witnessing the liquidation of the idea of the natural goodness of man who has no need of a God to give him rights, or a Redeemer to salvage him from guilt, because progress is automatic thanks to science, education, and evolution, which will one day make man a kind of god.

We are witnessing also the liquidation of rationalism, or the idea that the purpose of human reason is not to discover the meaning and the goal of life, namely the salvation of a soul, but to devise new technical advances to make on this earth a city of man to replace the city of God.

It may very well be that Historical Liberalism of our modern generation is only a transitional era in History between a civilization, which once was Christian, and one which will be definitely anti-Christian.

The second great truth to which the signs of the times portend is that we are definitely at the end of a non-religious era of civilization, by that I mean one which regarded religion as an addendum to life, a pious extra, a morale-builder for the individual but of no social relevance, and God is a silent partner whose name was used by the firm to give respectability but who had nothing to say about how the business should be run.

In the new era into which we are entering is what might be called the religious phase of human history. Do not misunderstand me; by religious we do not mean that men will turn to God, but rather that the indifference to the absolute which characterized the liberal phase of civilization will be succeeded by a passion for the absolute.

From now on the struggle will not be for the colonies and national rights, but for the souls of men. The battle lines are being clearly drawn, the basic issues are no longer in doubt. From now on men divide themselves into two religions understood again as surrender to an absolute. The conflict of the future is between an absolute who is the God-Man and an absolute which is the man-god; between the God who became man and the man who makes himself god; between brothers in Christ and comrades in Antichrist.

 

 

[O Anticristo]

 

But, the Antichrist will not be so called, otherwise he would have no followers. He will wear no red tights, not vomit sulphur, nor carry a spear, nor wave an arrowed tail as Mephistopheles in Faust. Nowhere in Sacred Scripture do we find warrant for the popular myth of the devil as a buffoon who is dressed like the first “red”. Rather, is he described as a fallen angel, as “a Prince of this world” whose business it is to tell us that there is no other world. His logic is simple: If there is no heaven there is no hell; if there is no hell, there is no sin; if there is no sin, there is no judge, and if there is no judgment then evil is good and good is evil.

But above all these descriptions, Our Lord tells us that he will be so much like Himself, that he would deceive even the elect – and certainly no devil that we have ever seen in picture books could deceive the elect.

How will he come in this new age to win followers to his religion?

-      He will come disguised as the Great Humanitarian;

-      he will talk peace, prosperity and plenty, not as means to lead us to God, but as ends in themselves;

-      he will write books on the new idea of God to suit the way people live; induce faith in astrology so as to make not the will but the stars responsible for our sins;

-      he will explain guilt away psychologically, as repressed sex, make men shrink in shame if their fellowmen say they are not broadminded and liberal;

-      he will identify tolerance with indifference to right and wrong;

-      he will foster more divorces under the disguise that another partner is “vital”;

-      he will increase love for love and decrease love for person;

-      he will invoke religion to destroy religion;

-      he will even speak of Christ and say that He was the greatest man who ever lived; His mission he will say will be to liberate men from the servitude of superstition and Fascism: which he will never define.

But, in the midst of all his seeming love for humanity and his glib talk of freedom and equality, he will have one great secret which he will tell no one: He will not believe in God. Because his religion will be brotherhood without the fatherhood of God, he will deceive even the elect. He will set up a counter Church which will be the ape of the Church because, he, the devil, is the ape of God. It will be the mystical body of the Antichrist that will in all externals resemble the Church as the mystical body of Christ.

In desperate need for God, he will induce modern man in his loneliness and frustration to hunger more and more for membership in his community that will give man enlargement of purpose without any need of personal amendment and without the admission of personal guilt.

 

 

[The Persecution of the Church]

 

These are days in which the Devil has been given a particularly long rope. For we must never forget that Our Lord said to Judas and his band: «This is your hour». God has His day, but evil has its hour when the shepherd shall be struck and the sheep dispersed.

Has the Church made the preparations for just such a dark night in the decree of the Holy Father outlining the conditions on which a Papal Election may now be held outside of the city of Rome? Men who now history have seen these dark days coming. As far back as 1842, 105 years ago, Heine, the german poet, wrote: «Communism, though little discussed now and loitering in hidden garrets on miserable straw pallets, is the dark hero destined for a great, if temporary, role in the modern tragedy… Wild, gloomy times are roaring toward us, and the prophet wishing to write a new apocalypse would have to invent entirely new beasts – beats so terrible that St. John’s older animals would be like gentle doves and cupids in comparison. The gods are veiling their faces in pity on the children of men, their long-times charges. The future smells of Russian leather, blood, godlessness, and many whippings. And, I should advise our grandchildren to be born with very thick skins on their backs». That in 1842.

Well indeed may we be warned. For the first time in history our age has witnessed the persecution of the Old Testament by the nazis and the persecution of the New Testament by the communists.

Anyone who has anything to do with God is hated today, whether his vocation was to announce His Divine Son, Jesus Christ, as the Jew, or to follow Him as the Christian. Because the signs of our times point to a struggle between absolutes we may expect the future to be a time of trial for two reasons.

 

 

[The Chastisement]

 

Firstly, to stop disintegration. Godlessness would go on, and on, and on if there where no catastrophes. What death is to an individual, that catastrophe is to an evil civilization: the interruption of life and for the civilization the interruption of its godlessness. Why did God station an angel with a flaming sword at the Garden of Paradise after the Fall, if it was not to prevent our first parents from entering again and eating of the Tree of Life, which, if they ate would have immortalized their guilt. And, God will not allow unrighteousness to become eternal. He permits revolution, disintegration and chaos, to come as reminders that our thinking has been wrong, our dreams have been unholy. Moral truth is vindicated by the ruin that follows when it has been repudiated. The chaos of our times is the strongest negative argument that could ever be advanced for Christianity. Catastrophe reveals that evil is self-defeating and that we cannot turn from God as we have without hurting ourselves.

 

 

[The Crisis and Persecution of the Church]

 

The second reason why a crisis must come is in order to prevent a false identification of the Church and the world. Our Lord intended that those who were His followers would be different in spirit from those who were not. But, this line of demarcation has been blotted out. Instead of black and white, there is only a blur. Mediocrity and compromise characterize the lives of many Christians. They read the same novels as modern pagans, educate their children in the same godless way, listen to the same commentators who have no other standard than judging today by yesterday, and tomorrow by today, allow pagan practices to creep into family life, such as divorce and remarriage; there are not wanting, so-called Catholic labor leaders recommending Communists for Congress, or Catholic writers who accept presidencies in Communist front organizations to instill totalitarian ideas into movies.

There’s no longer the conflict and opposition which ought to characterize us. We are influencing the world less than the world influences us. There is no apartness. We who were sent out to establish a center of health have caught the disease, and therefore have lost the power to heal. And, since the gold is mixed with an alloy, the entirety must be thrust into the furnace that the dross may be burned away.

The value of the trial will be to set us apart. Evil catastrophe must come: to reject us, to despise us, to hate us, to persecute us, and then, then we shall define our loyalties, affirm our fidelities and state on whose side we stand. Our quantity indeed will decrease, but our quality will increase. It is not for the Church that we fear, but for the world. We tremble not that God may be dethrone but that barbarism may reign.

 

 

[The practical advices]

 

And three practical suggestions then for the times as Christians realize that a moment of crisis is not a time of despair, but of opportunity. We were born in crisis, in defeat: the Crucifixion. And, once we recognize that we are under Divine Wrath, we become eligible for Divine Mercy. The very disciplines of God create hope. The thief on the right came to God by a crucifixion.

And secondly Catholics ought to stir up their Faith, hang a crucifix in their home, remind them that they have a cross to carry; gather your family together every night to recite the rosary; go to daily Mass; make the Holy Hour daily in the Presence of our Eucharistic Lord and particularly in parishes where pastors are conscious of the world’s need and therefore conduct services of reparation. 

And finally, Jews, Protestants, Catholics, Americans, all of us, must realize that the world is summoning us to heroic efforts at spiritualization. It is not a unity of religion we plead for that is impossible when purchased at the cost of the unity of truth, but a unity of religious people, wherein each marches separately according to the light of his conscience, but strikes together for the moral betterment of the world. 

The forces of evil are united; the forces of good are divided. We may not be able to meet in the same pew –would to God that we did– but we can meet on our knees. You may be very sure that no sordid compromises, nor carrying of waters on both shoulders will see you through. Those who have the faith had better keep in the state of grace and those who have neither had better begin to find out what they mean, for in the coming age there will be only one way to stop your trembling knees, and that will be to get down on them and pray.

Pray to Michael, Michael the Prince of the morning, who conquered Lucifer who would make himself a god. When the world once cracked because of a sneer in heaven, he rose up and dragged down from the seven heavens the pride that would look down on the Most High.

And, pray too, pray to Our Lady, and say to her “It was to thee who was given the power to crush the head of the serpent who lied to men that they would be like unto gods. And mayest thou who didst find Christ when He was lost for three days, find Him again for our world that has lost Him. Give to the senile incontinence of our verbiage the Word. And as thou didst form the Word in thy womb, form Him in our own hearts. Lady of the Blue of Heaven, in these dark days light our lamps. Give back to us the Light of the World that a Light may Shine even in these days of darkness.”

 

God love you.

 

 

“Light Your Lamps”: “Signs of Our Times” broadcasted on January 26, 1947.