domingo, 8 de mayo de 2016

"A igreja dos apóstatas" - Beata Ana Catarina Emmerick


Beata Ana Catarina Emmerich
(1774-1824)


Beatificada por São João Paulo II a 3 de Outubro de 2004







  
A igreja dos apóstatas

«Vi crescer grandemente a igreja dos apóstatas. Vi as trevas que dela saiam espalhando-se ao redor e vi muitas pessoas abandonar a Igreja legítima e dirigir-se à outra dizendo: “Aí tudo é mais bonito, mais natural, mais ordenado”». (AA[1].II.414)

«Vi coisas deploráveis: jogava-se, bebia-se, falava-se de coisas vãs, seduziam-se as mulheres na igreja. Numa palavra, cometiam-se ali todo o tipo de abominações». (AA.III.120)

«Os sacerdotes deixavam que se fizesse qualquer coisa e diziam a Missa com muita irreverência. Vi poucos que ainda tivessem piedade e julgassem as coisas de modo salutar. Tudo isso me afligiu muito. Então, o meu Esposo celeste pegou no meu corpo e dispondo-o, como ele mesmo tinha sido atado à coluna, disse-me: “Assim é como a Igreja ainda será encadeada antes de que possa revelar-se.”». (AA.III.120)

«Ele mostrou-me também em inumeráveis quadros a deplorável conducta dos cristãos e dos eclesiásticos, nas esferas cada vez mais vastas, estendendo-se pelo mundo inteiro, até estar o meu país incluído. Era um quadro imenso e indescritivelmente triste. De este modo foi-me mostrado que já quase não há cristãos no antigo significado da palavra». (AA.III.125)

«Vi no futuro a religião muito degradada e conservando-se unicamente em alguns lugares, em algumas casas e em algumas famílias que Deus protegeu também dos desastres da guerra». (AA.III.557)

«(12 de Setembro de 1820). Vi construir uma igreja estranha e ao contrario de todas as regras. O coro estava dividido em três partes, das quais cada uma era uns graus mais alta que a outra. Debaixo havia uma adega sombria, cheia de fumo. [...] Na primeira parte vi arrastar um trono [...]. Na segunda um alguidar cheio de água. A água sozinha parecia ter algum significado. [...] Na mais elevada uma mesa.
Não vi nenhum anjo assistir a construção: mas diversos espíritos planetários (que se encarregam de enganar aos homens) violentíssimos arrastavam todo o tipo de objectos para a cave, donde depois eram levados por outros personagens [vestidos] em pequenos mantos eclesiais. Nada na igreja vinha do alto: tudo vinha da terra [...] e da região tenebrosa [...] tudo nessa igreja era escuro, contra-sentido y sem vida: não havia mais que burla e ruína.
Vi perto outra igreja donde reinava a claridade e que estava provista de toda espécie de graças do alto. Vi os anjos subir e descer, vi vida e crescimento [mas também] tibieza e dissipação.
Vi a Igreja tradicional que (por muito imperfeita y obscurecida que esteja, sem saber a luz que lhe espera) era como uma árvore cheia de seiva em comparação com a outra que parecia um baú cheio de objectos inanimados; era como um pássaro que planeia, como um dragão de papel, com uma cauda carregada de fitas e de letreiros que se arrasta num restolho em vez de voar. Vi que muitos dos instrumentos que estavam na nova igreja, como por exemplo flechas e dardos, não estavam reunidos mais que para ser empregados contra a igreja viva». (AA.III.104)

«Eles amassavam o pão na bodega debaixo; mas de ali não resultava nada e trabalhava-se em vão.
Vi também os homens com pequenos mantos levar madeira diante da balaustrada, donde se encontrava a sede do predicador; acendiam fogo, sopravam com todas as suas forças e produzia-se uma dor extrema, mas tudo isto não produzia mais que fumo e um vapor abomináveis.
Então com uma vara fizeram um furo no alto, mas o fumo não queria subir e tudo permanecia submergido numa escuridão asfixiante.
Tudo permanecia na terra e ia para a terra, e tudo estava morto, artificial e feito pela mão do homem: é propriamente uma igreja de fabrico humano, seguindo a última moda, como a nova igreja heterodoxa de Roma, que é da mesma espécie». (AA.III.105)

«Encontrava-me numa grande sala. Dos dois lados estavam, à frente das escrivaninhas, jovens em hábito longo que pareciam ser seminaristas. No meio um homem grande ia e vinha. De repente, no lugar dos homens, não vi mais que cavalos dos dois lados, e no meio um grande boi ruminado que ia e vinha, enquanto que detrás dele os cavalos mostravam os dentes e faziam todo o tipo de gestos com a cara. Esperava que o boi lhes mostrasse os cornos e os obrigasse a estar sossegados, mas a única coisa que fez foi, chegando a um lado da sala, golpear a parede com os seus cornos. Já havia um buraco, e eu dizia-me que tudo ia a derrubar-se sobre eles». (AA.III.176)









[1] K. E. Schmoeger, Vie d’anne-Catherine Emerich, 3 vols., Tequi, 1950.





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