Beata Ana Catarina Emmerich
(1774-1824)
Beatificada por São João Paulo
II a 3 de Outubro de 2004
A comunhão dos profanos
«Tive uma visão em que vi os outros
da falsa igreja, num edifício quadrado, sem campanário, negro sujo e com uma
cúpula alta. Eles estavam numa grande intimidade com o espírito que ali
reinava. Esta igreja está cheia de imundícies, vaidades, necedade e
obscuridade. Quase nenhum deles conhecia as trevas em médio das quais
trabalhava. Na aparência tudo parece puro, mas não há mais que vazio» (AA[1].II.88).
«Tudo é [nesta «falsa igreja»]
profundamente mau; é a comunhão dos profanos. Não sei dizer, até que ponto,
tudo aquilo que eles fazem é abominável, pernicioso e vão. [...] Querem ser um
só corpo diferente do corpo do Senhor! [...]
[A falsa igreja] está cheia de
orgulho e presunção destruindo e conduzindo ao mal com toda a classe de boas
aparência. O seu perigo está na sua aparente inocência. [...]
Fazem e querem coisas diferentes:
nalguns sítios a sua acção é inofensiva: mas trabalham para corromper um pequeno
número de sábios acabando por desembocar todos num centro, numa coisa má pela
sua origem, num trabalho e numa acção fora de Jesus Cristo por quem toda a vida
é santificada e sem o qual todo o pensamento e acção permanecem no império da
morte e do demónio» (AA.II.89).
«Encontrava-me num navio arrombado e
estava caída no chão, no único lugar ainda intacto: as pessoas estavam sentadas
nas duas bordas do navio. Eu rezava constantemente para que não caíssem nas
ondas; no entanto elas maltratavam-me e davam-me pontapés. Esperava que a
qualquer momento o navio se afundasse e estava cheia de medo. [...]
Finalmente foram obrigados a
conduzir-me para terra onde me esperavam os meus amigos para me levarem para
outro lugar.
Continuava a rezar para que aqueles
desgraçados desembarcassem também, mas o navio afundou-se e ninguém se salvou. Isso
encheu-me de tristeza. No lugar para onde fui havia uma grande abundância de
frutos» (AA.III.147).
«Quando olhava para baixo, via
nitidamente, através de um véu de cor sombria, os erros, extravios e os
inumeráveis pecados dos homens e com que necedade e maldade actuavam contra toda
a verdade e toda a razão. Vi cenas de toda a espécie: tornei a ver o navio em
perigo que levava estes homens convencidos do seu imenso mérito e admirados por
outros, passarem perto de mim sobre um mar perigoso, e eu esperava que a
qualquer momento pereceriam. Vi entre eles sacerdotes e sofri profundamente tentando
que eles se arrependessem» (AA.III.149).
«Vi tantos traidores! Não suportam
que lhes diga: “isto está mal”. Para eles tudo está bem desde que se possam
glorificar com o mundo» (AA.III.184).
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