Aparições de Nossa Senhora do Bom
Sucesso
à Madre Mariana Torres
(Quito, Equador, 1594-1634)
Com aprovação eclesiástica
do Bispo diocesano
(cf. final do artigo)
Imagem de Nossa Senhora do bom sucesso na Igreja do Real Convento da Imaculada Conceição, em Quito. |
Profecias sobre o trágico século XX
Quarta aparição de Nossa
Senhora do bom sucesso à Madre Mariana de Jesus Torres
(20 de Janeiro de 1610)[1]
Uma grande crise durará até
pouco mais da metade do século XX
«Porque te faço saber que, do término do século XIX até um pouco mais da
metade do século XX, na hoje colónia e então República do Equador, extravasarão
as paixões e haverá uma total corrupção de costumes por reinar Satanás nas
seitas maçónicas, a qual visará principalmente a infância, a fim de manter com
isto a corrupção geral.
Ai dos meninos deste tempo! Dificilmente receberão o sacramento do baptismo,
nem o da confirmação. O sacramento da confissão, só enquanto permanecerem nas
escolas católicas, que o Diabo porá todo empenho em destruir, valendo-se de
pessoas autorizadas. O mesmo sucederá com a sagrada Comunhão.
Mas, ai! Quanto sinto ao te manifestar que haverá muitos e enormes
sacrilégios, públicos e também ocultos, de profanações à sagrada Eucaristia!
Muitas vezes, nessa época, os inimigos de Jesus Cristo, instigados pelo
demónio, roubarão nas cidades as hóstias consagradas, com o único fim de
profanar as eucarísticas espécies! Meu Filho santíssimo se verá jogado ao chão
e pisado por pés imundos. […]
Quanto ao sacramento do matrimónio, que simboliza a união de Cristo com a
Igreja, será atacado e profanado em toda a extensão da palavra. A maçonaria,
que então reinará imporá leis iníquas com o objectivo de extinguir esse
sacramento, facilitando a todos o viverem mal, propagando-se a geração de
filhos malnascidos, sem a bênção da Igreja. Irá decaindo rapidamente o espírito
cristão, apagar-se-á a luz preciosa da fé até chegar a uma quase total e geral
corrupção de costumes. Acrescidos ainda os efeitos da educação laica, isto será
motivo para escassearem as vocações sacerdotais e religiosas. O sagrado
sacramento da ordem sacerdotal será ridicularizado, oprimido e desprezado,
porque neste sacramento se oprime e conspurca a Igreja de Deus, e a Deus mesmo,
representado em seus sacerdotes. O demónio procurará perseguir os ministros do
Senhor de todos os modos, e trabalhará com cruel e subtil astúcia para
desviá-los do espírito de sua vocação, corrompendo a muitos deles. Estes, que
assim escandalizarão o povo cristão, farão recair sobre todos os sacerdotes o
ódio dos maus cristãos e dos inimigos da Igreja católica apostólica romana. Com
este aparente triunfo de Satanás, atrairão sofrimentos enormes aos bons
pastores da Igreja, e à excelente maioria de bons sacerdotes e ao Pastor
supremo e Vigário de Cristo na terra, que, prisioneiro no Vaticano, derramará
secretas e amargas lágrimas na presença de seu Deus e Senhor, pedindo luz,
santidade e perfeição para todo o clero do universo, do qual é rei e pai.
Ademais, nesses infelizes tempos haverá um luxo desenfreado que, por ser
laço de pecado para os demais, conquistará inúmeras almas frívolas e as
perderá. Quase não se encontrará inocência nas crianças, nem pudor nas
mulheres, e, nessa suprema necessidade da Igreja, calar-se-á aquele a quem
competia a tempo falar.»
Aparição de Nossa Senhora do
bom sucesso a 2 de Fevereiro de 1634
A lamparina que se apaga
Pronunciadas estas palavras, viu a lamparina que ardia diante de Jesus
sacramentado, apagar-se, ficando o altar-mor inteiramente às escuras. Madre
Mariana quis levantar-se, deixando a oração, para acender uma vela que
substituísse a lamparina. Mas não pôde: estava completamente sem sentidos.
Primeiro significado: a
propagação de heresias nos séculos XIX e XX
«A lamparina que arde diante do altar e que viste apagar-se, possui muitos
significados.
O primeiro é que no fim do século XIX, avançando por grande parte do século
XX, várias heresias se propagarão nestas terras, então, República livre. E com
o domínio delas, apagar-se-á nas almas a luz preciosa da fé, pela quase total
corrupção dos costumes. Nesse período haverá grandes calamidades físicas e
morais, públicas e privadas.
O pequeno número de almas que conservará oculto o tesouro da fé e das
virtudes sofrerá um cruel, indizível e prolongado martírio. Muitas delas
descerão ao túmulo pela violência do sofrimento e serão contadas como mártires
que se sacrificaram pela Igreja e pela Pátria.
Para a libertação da escravidão destas heresias, aqueles a quem o amor
misericordioso de meu Filho santíssimo destinará para esta restauração,
necessitarão de grande força de vontade, constância, valor e muita confiança em
Deus. Para por à prova esta fé e confiança dos justos, haverá ocasiões em que
tudo parecerá perdido e paralisado. Será, então, o feliz princípio da
restauração completa.» [...]
Terceiro significado: a
sensualidade que varrerá o mundo.
«O terceiro motivo pelo qual se apagou a lamparina é porque nesses tempos
estará a atmosfera saturada do espírito de impureza, que a maneira de um mar
imundo correrá pelas ruas, praças e logradouros públicos com uma liberdade
assombrosa.
Quase não haverá almas virgens no mundo. A delicada flor da virgindade,
tímida e ameaçada de completa destruição, luzirá longe. Refugiando-se nos
claustros, encontrará terreno adequado para crescer, desenvolver-se e viver
sendo seu aroma o encanto de meu filho santíssimo e o pára-raios da ira divina.
Sem a virgindade seria preciso, para purificar estas terras, que chovesse fogo
do céu.
O invejoso e pestífero demónio intentará, em sua maliciosa soberba,
introduzir-se nestes jardins fechados dos claustros religiosos para fazer
murchar esta formosa e delicada flor. Mas eu o enfrentarei e esmagarei sua
cabeça sob meus pés.
Mas, ai dor! Haverá almas incautas que, voluntariamente, se entregarão às
suas garras. E outras, voltando para o mundo, serão instrumentos do Diabo para
perder as almas.»
Quarto significado: a
corrupção da inocência infantil.
O quarto motivo da lamparina ter-se apagado é que a seita, havendo-se
apoderado de todas as classes sociais, possuirá tanta subtileza para
introduzir-se nos ambientes domésticos que perderá as crianças e o demónio se
gloriará de alimentar com o requintado manjar dos corações dos meninos.
Nesses tempos infaustos mal se encontrará a inocência infantil. Desta forma
perder-se-ão as vocações para o sacerdócio, e será uma verdadeira calamidade.
Restarão as comunidades religiosas para sustentar a Igreja e trabalhar com
valoroso, desinteressado empenho na salvação das almas. Porque nesse período a
observância da regra resplandecerá nas comunidades, haverá santos ministros do
altar, almas ocultas e belas, nas quais meu Filho santíssimo e eu nos
deleitaremos, considerando as excelentes flores e frutos da santidade heróica.
Contra eles a impiedade fará dura guerra, cumulando-os de vitupérios, calúnias
e vexações, para impedir-lhes o cumprimento do ministério. Mas eles, como
firmíssimas colunas, permanecerão inabaláveis e enfrentarão a tudo com esse
espírito de humildade e sacrifício com que serão revestidos, em virtude dos
méritos infinitos de meu filho santíssimo, que os ama como as fibras mais
delicadas de seu santíssimo e terníssimo coração.»
A crise no clero
«No clero secular haverá, nessa época, muito que desejar, porque os
sacerdotes se descuidarão do seu sagrado dever. Perdendo a bússola divina,
desviar-se-ão do caminho traçado por Deus para o ministério sacerdotal e
apegar-se-ão ao dinheiro, em cuja obtenção porão demasiado empenho.
E como esta Igreja padecerá nessa ocasião a noite escura da falta de um
prelado e pai, que vele com amor paterno, com suavidade, fortaleza, tino e
prudência, muitos sacerdotes perderão seu espírito, pondo em grande perigo suas
almas.
Em sua mão será posta a balança do santuário.
Ora com instância, clama sem cansar-te e chora com lágrimas amargas no
segredo de teu coração, pedindo a nosso Pai celeste que, por amor ao coração
eucarístico de meu santíssimo Filho, pelo preciosíssimo sangue vertido com
tanta generosidade e pelas profundas amarguras e dores de sua acerba paixão e
morte, ele se compadeça de seus ministros e ponha termo quanto antes a tempos
tão nefastos, enviando a esta Igreja o prelado que deverá restaurar o espírito
de seus sacerdotes.
A esse filho meu muito querido, amamos meu Filho santíssimo e eu com amor
de predilecção, pois o dotaremos de uma capacidade rara, de humildade de
coração, de docilidade às divinas inspirações, de fortaleza para defender os
direitos da Igreja e de um coração terno e compassivo, para que, qual outro
Cristo, assista o grande e o pequeno, sem desprezar ao mais desafortunado que
lhe peça luz e conselho em suas dúvidas e amarguras. E para que, com suavidade
divina, guie as almas consagradas ao serviço de Deus nos claustros, sem
tornar-lhes pesado o jugo do Senhor, que disse: “Meu jugo é suave e meu peso é
leve”.
Em sua mão será posta a balança do santuário para que tudo se faça com peso
e medida e Deus seja glorificado.
Para evitar que venha logo este prelado e pai, concorrerá a tibieza de
todas as almas consagradas a Deus, no estado sacerdotal e religioso. Esta,
aliás, será a causa de o maldito Satanás apoderar-se destas terras, onde ele tudo
obterá por meio de gente estrangeira e sem fé, tão numerosa que, como uma nuvem
negra, toldará o límpido céu da então República consagrada ao sacratíssimo
Coração de meu divino Filho.
Com essa gente entrarão todos os vícios, que atrairão, por sua vez, toda
sorte de castigos, como a peste, a fome, disputas internas e com outras nações
e a apostasía, causa da perdição de um considerável número de almas, almas tão
caras a Jesus Cristo e a mim.
Para dissipar esta nuvem negra, que impede a Igreja de gozar o claro dia da
liberdade, haverá uma guerra formidável e espantosa, na qual correrá sangue de
nacionais e de estrangeiros, de sacerdotes seculares e regulares e também de
religiosas. Esta noite será horrorosíssima, porque, humanamente, o mal parecerá
triunfante.
Será chegada, então, a minha hora em que eu, de forma maravilhosa,
destronarei o soberbo e maldito Satanás, calcando-o debaixo dos meus pés e
acorrentando-o no abismo infernal. Assim a Igreja e a Pátria estarão, por fim,
livres de sua cruel tirania.»
A Autoridade eclesiástica
respeito das Aparições de Nossa Senhora do Bom Sucesso
O Bispo de Quito, D. Salvador de
Ribera, atestou em documentos oficiais a milagrosa finalização da estátua de
Nossa Senhora, por São Francisco de Assis e os Três Arcanjos, São Miguel, São
Gabriel e São Rafael, e presidiu a unção e a solene consagração da estátua na
Igreja do Real Convento da Imaculada Conceição, no dia 2 de Fevereiro de 1611.
A devoção e as aparições foram também
autorizadas e promovidas pelo seguinte Bispo de Quito, D. Pedro de Oviedo, que
governou a diocese entre 1630 a 1646.
A oração a Nossa Senhora do Bom Sucesso
recebeu o imprimatur do Bispo de
Quito em 1941, como uma aprovação parcial. A Festa de Nossa Senhora do Bom
Sucesso é celebrada dia 2 de Fevereiro, Festa da Purificação de Nossa Senhora.
[1] As
mensagens estão retiradas da obra: Vida admirável da Rev.da Madre Mariana de Jesus Torres mística confidente de Nossa Senhora do Bom
Sucesso, escrita
pelo Rev.do Padre Manuel Sousa Pereira da Ordem Seráfica dos Menores do Convento Máximo
de S. Francisco de Assis de Quito, Equador.
No hay comentarios:
Publicar un comentario